Os compressores ficaram mais confiáveis já faz alguns anos. Mesmo assim continuam dando defeito. Por isso, o técnico de refrigeração com alguma frequência se depara com a necessidade de substituí-los. Mas, dependendo da idade do equipamento ou sistema, pode acontecer do compressor original não estar mais sendo comercializado. O que fazer?
Esse problema irá ocorrer cada vez com mais frequência porque os fabricantes de compressores estão continuamente desenvolvendo seus produtos pelos seguintes motivos:
- reduzir seus custos de produção e, por consequência, reduzir o preço ao consumidor final;
- melhorar a eficiência energética dos seus compressores, uma questão central em todo o mundo hoje em dia; ou
- incorporar avanços tecnológicos ao mesmos, demandados pelos consumidores.
Com o desenvolvimento, alguns modelos deixam de ser produzidos. No entanto, isso não é motivo para o técnico de refrigeração deixar de consertar o equipamento do cliente ou, pior ainda, condená-lo.
Os compressores são feitos para determinadas aplicações (usos). Ainda que um modelo antigo não esteja mais sendo produzido, é muito provável que os fabricantes tenham modelos mais modernos para a mesma aplicação.
O que o técnico de refrigeração tem que levar em conta ao precisar substituir um compressor que não está sendo mais fabricado por outro mais moderno são os seguintes aspectos:
- faixa de temperatura de evaporação;
- fluído (gás) refrigerante utilizado;
- capacidade do sistema de refrigeração
- tensão (“voltagem”) e frequência (50 ou 60 Hz) da rede elétrica;
- torque de partida
Vamos ver cada um dos aspectos acima com mais detalhes:
Faixa de temperatura de evaporação
O compressor que vai substituir o antigo deve ter a mesma faixa de temperatura de evaporação para não comprometer o funcionamento. Algumas vezes é possível conseguir essa informação no compressor a ser substituído. Outras vezes, fica impossível ler as especificações nele.
Se não for possível pegar tais informações no compressor a ser substituído, é possível obtê-la do sistema de refrigeração:
- geladeiras e freezers estão sempre na faixa de baixa temperatura de evaporação (LBP);
- expositores de bebidas, por exemplo, normalmente estão na faixa de média temperatura de evaporação (MBP).
Na prática, todos os fabricantes têm tabelas classificando os compressores por temperatura de evaporação e os tipos de equipamentos/ sistemas associados.
Fluído refrigerante
O ideal é manter o fluído refrigerante utilizado pelo compressor antigo. Mas hoje em dia, devido ao Protocolo de Montreal, fluídos como o R12 não são mais vendidos, sendo necessário substituir todo o fluído do sistema.
Caso haja necessidade de substituir o fluído, deve ser feita uma limpeza rigorosa do sistema, não só para tirá-lo, como, principalmente, o óleo lubrificante.
Algumas modificações do sistema podem ser necessárias e deve ser verificada a necessidade de realizá-las antes de escolher o compressor.
Capacidade do sistema de refrigeração
O compressor novo dever ser compatível com a carga térmica do sistema. Pode-se aceitar uma variação de até 10% a mais ou a menos do que a carga, mas não mais do que isso.
Tensão (“voltagem”) e frequência
Parece óbvio que o compressor deve ter a mesma tensão e frequência do anterior mas já vi muito técnico bom se atrapalhar com isso. Não que eles não saibam, mas esquecem de verificar as especificações e depois gastam horas quebrando a cabeça para entender por que o equipamento/ sistema não está funcionando com o novo compressor.
Torque de partida
Compressores podem ter baixo ou alto torque de partida e não dá para usar um no lugar do outro. É preciso verificar tal informação antes de proceder à substituição.
Caso esta informação não esteja disponível, o aparelho/ sistema dará a indicação de qual tipo de torque é necessário do compressor:
- tubo capilar exige compressor com baixo ou alto torque de partida;
- válvula de expansão exige compressor com alto torque de partida