A realidade é que a maior parte das pessoas ao comprar um ar-condicionado de janela acha que basta colocá-lo em qualquer lugar que ele irá “gelar” o ambiente. Talvez se preocupe mais em evitar dele “pingar”, se a Prefeitura da Cidade multar por isso, do que onde instalar o aparelho.
E por causa da falta de critério na instalação do ar-condicionado o que mais acontece são clientes insatisfeitos, garantias acionadas sem necessidade e técnicos que não sabem mais o que fazer.
O ar-condicionado não “some” ou “desaparece” com o calor. Ele sempre o retira de um lugar onde não é desejado e libera-o em outro que não incomoda. É por isso que a parte da frente de um ar-condicionado é “fria”, enquanto a de trás é “quente”.
Com alguma frequência recebemos e-mail dos leitores reclamando que seu aparelho não “gela” nada e reclamando da Assistência técnica ou do técnico. Nesses casos, sempre pedimos que o leitor envie duas fotos mostrando o local de instalação do aparelho: uma mostrando a frente do ar-condicionado e a outra, a parte de trás.
Após olhar as fotos, em mais de 90% dos casos constatamos que o mau funcionamento do aparelho deve-se a uma instalação incorreta. E não apenas por parte do cliente e sim também por técnicos contratados por ele. Também não podemos nos esquecer dos “mechânicos” de refrigeração, que também são muito chamados para fazer instalação, incluindo-se aí os porteiros, faxineiros e o vizinho que “mexe com isso”.
O caso abaixo é de uma senhora, moradora da de Vila Velha, ES, que estava disposta a processar a Gree e a assistência técnica porque seu aparelho não funcionava direito. O que ela relatava era o seguinte:
- Logo que ela comprou o apartamento, instalou dois aparelhos janelas da Gree de 7.000 BTUS para refrigerar os quartos – eles funcionavam muito bem a ponto dela ter de desligar o aparelho no meio da noite;
- Alguns meses depois, quando ela ligava os aparelhos, eles no início refrigeravam mas depois era como parassem de funcionar – de noite os quartos estavam quentes embora o compressor estivesse funcionando – e a casa também igualmente quente;
- ela chamou a assistência técnica e técnicos várias vezes e falavam que os aparelhos não tinham capacidade adequada, que o filtro estava sujo (felizmente limpavam…), que o compresso estava com defeito, que o aparelho estava sujo, etc.;
- seu temor era que a garantia estava acabando e se fosse problema no compressor, ela pagaria praticamente o preço de um aparelho novo para trocá-lo, fora da garantia.
Pois bem, pedimos que ela enviasse as fotos. Repare nelas abaixo:
Olhando-as não demorou para identificar porque os aparelhos de ar-condicionado no início refrigeravam mas depois era como parassem de funcionar.
Os vidros da varanda, repare a parte de cima e de baixo, obstruíam a liberação do ar quente para o exterior, aquecendo o apartamento de tal forma que os aparelhos perdiam rendimento. Enquanto o ar interior do apartamento não estivesse muito quente, eles conseguiam refrigerar os quartos, mas à medida que o ar aquecia, os ares-condicionados refrigeravam cada vez menos e o apartamento tornava-se mais quente.
Restava entender por que isso não acontecia no início quando ela comprou e instalou os aparelhos. E a resposta foi que essa senhora instalou os vidros da parte superior da varanda meses depois de comprar o apartamento de forma a aproveitar a varanda como uma área a mais do apartamento. Ele não poderia imaginar o quanto isso iria prejudicar o funcionamento dos ares-condicionados impedindo a liberação de ar quente para o exterior.
A solução, não ideal, foi ela pedir a empresa de instalação dos vidros superiores da varanda que deixasse todos os vidros correrem. Quando ela ligasse o ar-condicionado deveria deixar o máximo de abertura possível em frente a ele para haver a troca de ar com o exterior. E quando possível, trocá-los por splits, tirando os vidros do fundo da varanda.
Nesse caso, o técnico que fez a instalação original dos aparelhos não foi o culpado pelo problema e sim a consumidora que ao colocar vidros para cobrir a parte superior da varanda impediu a troca de ar necessária ao bom funcionamento dos ares-condicionados.
No entanto, os vários técnicos que foram lá, ao invés de falar o real problema para a cliente, preferiram (ou mesmo não sabiam) inventar defeitos a apontar soluções. O Espírito Santo tem bons profissionais e boas empresas de ar-condicionado, como a Refrigeração Espírito Santo, por exemplo, mas, pelo visto, também tem lá seus técnicos “lambões’ e “mechânicos”.