Disjuntor DR: funcionamento e seu papel na prevenção de choques

O profissional da refrigeração e ar-condicionado hoje em dia é quase que obrigado a ter conhecimento de vários outros campos para executar um serviço de qualidade. E um campo que é absolutamente necessário conhecer é o de instalação elétrica. Não que ele seja responsável por ela, mas dela dependerá o correto funcionamento dos equipamentos com que ele trabalha.

No Brasil é a Norma Técnica NBR 5410, de 2004, que regula as instalações elétricas de baixa tensão, normalmente utilizadas por equipamentos de refrigeração e ar-condicionado. Dentre as diversas obrigações que ela estabelece está a de usar disjuntores diferencial residual (DR) nos seguintes casos:

  • Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais que contenham chuveiro ou banheira;
  • Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas externas à edificação;
  • Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas internas que possam vir a alimentar equipamentos na área externa;
  • Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em cozinhas, copas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais dependência internas normalmente molhadas ou sujeitas a lavagens

O que é o disjuntor DR (diferencial residual)

O disjuntor DR é um dispositivo de segurança. Sua função é encerrar a corrente elétrica em casos de fuga de corrente, prevenindo choques elétricos e danos a equipamentos.

A fuga de corrente ocorre quando há mais corrente entrando do que saindo. É como se fosse um “vazamento” de corrente elétrica, causado normalmente por falhas de isolamento elétrico como um fio desencapado tocando a carcaça de um compressor, por exemplo.

A fuga de corrente é um problema sério que precisa ser evitado. Além de possíveis danos a equipamentos, podem ocorrer choques elétricos fatais, mesmo que a fuga seja de pequena intensidade (trinta microampères).

Para detectar fuga, o disjuntor DR avalia a corrente elétrica que entra e que sai de um determinado circuito elétrico. Quando a diferença ultrapassa um determinado limite, o disjunto desarma automaticamente.

Há disjuntores DR projetados para diferentes sensibilidades. A escolha deve ser feita conforme a aplicação.

O que o disjuntor DR não faz

O disjunto DR é um dispositivo de segurança que desliga quando percebe a fuga de corrente de pequena intensidade (da ordem de centésimos de ampères) o que um disjuntor comum não consegue detectar e lidar.

Mas o disjuntor DR não é capaz de eliminar totalmente o risco de choque elétrico. Ele não identifica curtos-circuitos entre as fases ou entre fase e neutro, nem sobretensões. Por isso, outros mecanismos de segurança como fusíveis, disjuntores, aterramento e isolamento elétrico adequado devem ser utilizados em conjunto com o disjuntor DR.

Lembre-se: os dispositivos DR servem apenas para desarmar o circuito elétrico quando acontece uma fuga; eles não são feitos para exercer a função de um disjuntor normal. Por isso é sempre necessário associar o disjuntor DR a disjuntores comuns.

Problemas que podem ocorrer com a instalação de disjuntores DR

Na verdade, o uso da palavra problema não é correto, mas para quem faz a instalação elétrica é o que parece. Como falamos, o disjuntor DR identifica fugas de corrente e elas ocorrem mais comumente do que imaginamos. É bastante comum quando se instala um disjuntor DR ele desarmar imediatamente. Isso ocorre pois:

  • Alguns aparelhos dão fuga de corrente ao terra; quando se instala o disjuntor DR em um circuito com esses aparelhos ocorre um desarme imediato. Chuveiros elétricos que não possuem blindagem no aterramento são os principais vilões desses desarmes. Infelizmente, só trocando o chuveiro por um com aterramento adequado;
  •  Pequenas falhas de isolamento nos condutores.

Infelizmente para evitar esses “problemas” alguns maus eletricistas fazem o que é chamado de “castração do disjuntor DR”! Como ele acusa instantaneamente fugas de corrente na instalação elétrica, muitas vezes o eletricista após instalá-lo tem que gastar um bom tempo descobrindo onde estão essas fugas, que são bastante comuns. Para evitar esse trabalho, esses eletricistas abrem o DR e cortam suas conexões tornando-o inoperante.

Felizmente existe um jeito de testar tanto se o disjuntor DR está funcionando corretamente quanto se ele foi “castrado”: basta apertar o botão de teste que todo DR tem. Se não desarmar, a instalação do disjuntor está incorreta ou foi sabotada.

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