Lendo a matéria publicada na atual edição da revista Bola Preta da Embraco, confirmei uma tendência que venho observando no mercado: a restauração de geladeiras antigas, não para servir como geladeiras, e sim como objeto de decoração.
Nos últimos anos houve uma tendência retrô na geladeiras. A primeira constatação dessa tendência foi o lançamento de uma “super novidade” da Brastemp, um mini-refrigerador retrô com o design de 50 a 60 anos atrás.
Para quem tem conhecimento, entre os fabricantes de eletrodomésticos nada é feito por acaso. São gastos milhões em pesquisas de mercado e o lançamento dessa “novidade” não acho que deva ser encarado com uma “experiência despretensiosa de design”.
Acho que deve ter sido sim feitas pesquisas e a Brastemp (no caso a Whirlpool, que é dona dela) identificou um potencial de vendas entre as pessoas com saudade da geladeira do tempo da vovó e com bastante dinheiro no bolso para comprar esse mini-refrigerador (é um frigobar de 76 litros por R$ 869,99).
Como tem aumentado a procura por peças de geladeiras antigas (de mais de 20 anos) e nunca esteve tão fácil comprar uma nova, financiada, acho que realmente existe um potencial de mercado para quem se dedica a restauração de geladeiras antigas.
Mas para se dar bem no mercado não acho que deva se pensar em restaurar para o consumidor conservar os alimentos – até por que deve sair tão caro que ele desistiria e compraria uma nova – e sim para ele usar como objeto de decoração ou como de colecionador, tal como alguns fazem com carros antigos.
Hoje está ficando cada ver mais raro ver oficinas que se dedicam a compra de geladeiras antigas, reformam e depois vendem para consumidores de baixa renda até por que as novas tiveram uma queda acentuada de preços e podem ser pagas em muitas parcelas.
No entanto, se esse mercado está acabando para esse tipo de oficinas ao mesmo tempo pode estar surgindo um outro, para as melhores delas, de restauração de geladeiras como objeto de decoração.